sábado, 22 de dezembro de 2012

A arte de Pescar - Revista VOE

Como todos sabem viajamos por este mundo afora em busca das grandes pescarias para mostrar à vocês e, nestas muitas viagens temos tempo de ler todo tipo de matéria. Foi em uma dessas viagens que folheando a revista VOE das Linhas Aéreas TRIP, encontramos uma reportagem super bacana sobre como as pescarias podem ser ferramentas valiosas para se conquistar o sucesso profissional. Achamos tão interessante que em comum acordo com a revista decidimos colocá-la aqui em nosso site. Acompanhem:

Texto    Renata Caetano
Ilustrações Daniel Almeida


Sinônimo de aventura para alguns, que chegam a viajar quilômetros em busca dos melhores (leia-se maiores) peixes, e momento de relaxamento para outros, a tradicional pescaria virou tema de revistas especializadas e ganhou novas e avançadas tecnologias, conquistando cada vez mais adeptos.

Mas, além de entretenimento, o esporte tem se revelado uma importante ferramenta para quem deseja, mais do que tirar aquela foto com um peixão, se tornar um profissional de sucesso no mundo corporativo. “Sair para pescar em alto-mar, às 4h da manhã, em uma jangada, é algo que requer bastante planejamento e organização, que são duas características fundamentais para o bom funcionamento de uma empresa”, afirma Alexandre Rangel, coaching e autor da publicação Tudo o que Sei Sobre Negócios Aprendi com a Pescaria – E Não é História de Pescador! (Ed. Panda Books, 112 págs.).
A seguir, confira a entrevista com o escritor e comece a valorizar ainda mais aquelas horinhas dedicadas à captura de peixes.

Revista VOE  – Como surgiu a ideia de relacionar a pescaria com o universo corporativo?
Alexandre Rangel – Frequentemente, os temas das palestras que eu ministrava me faziam lembrar o ambiente de pesca da minha juventude, em meados de 1980, quando morava em Recife.

VOE – No livro, você cita João, um pescador, como sendo o responsável por lhe ensinar a pescar. Quais lições você aprendeu com ele e, posteriormente, aplicou no mundo dos negócios?
Rangel – João não tinha nem o primeiro grau completo, mas tinha a sabedoria do ofício. Uma vez, estávamos em alto-mar quando o vento simplesmente diminuiu sua força, fazendo com que a vela do barco estremecesse. Rapidamente, João pegou uma lata vazia e a encheu com água do mar, para logo em seguida começar a molhar a vela. Uma vez molhada, ela ganhou novamente impulso e, consequentemente, velocidade. Essa iniciativa dele foi uma lição simples de criatividade e de utilização dos recursos disponíveis diante da adversidade.

VOE – O que um profissional que quer conquistar o sucesso deve ter em comum com um bom pescador?
Rangel – O bom pescador é aquele que se organiza e planeja suas ações; usa a criatividade e o poder de inovação; valoriza o trabalho de equipe (o pescador pode, por exemplo, contar com a orientação de guias profissionais para levá-lo aos melhores pontos de pesca); reconhece a importância de se conhecer o ambiente externo; e sabe enxergar as oportunidades e, também, as possíveis ameaças.

VOE – Hoje, existem equipamentos supermodernos que facilitam a vida do pescador, mas há aqueles que preferem não se render à tecnologia. No mundo empresarial, até que ponto esse tipo de pensamento influencia no sucesso da “pescaria”?
Rangel – São tantas as mudanças e as novas tecnologias incorporadas diariamente que nos sentimos defasados da noite para o dia. Isso me faz questionar até que ponto a antiga forma de fazer e a experiência dos mais velhos, com seus métodos tradicionais, podem contribuir com o desenvolvimento de uma empresa na atualidade. Penso que as pessoas mais velhas devem, sim, abrir mão de suas “velhas varas de bambus”, pois a evolução tecnológica é uma realidade e uma questão básica para a competitividade.

VOE – A tábua das marés serve, entre outras coisas, para orientar o pescador sobre o nível das águas. No mundo corporativo, o que pode ser considerado a “tábua das marés”?
Rangel – É o conhecimento científico das condições do ambiente externo. É a necessidade de o empresário conhecer os movimentos da concorrência, os altos e baixos do mercado, a força das ondas dos produtos e os serviços inovadores lançados pelos concorrentes.

VOE – Você fala da importância de se fazer um bom planejamento ao iniciar um negócio. Qual tem sido o erro mais comum cometido pelos empresários ao realizar essa etapa?
Rangel – O erro mais comum é justamente não colocar esse planejamento em prática. Tanto na pescaria quanto no ambiente corporativo, se um projeto não for executado antes de tudo, os riscos de insucesso são enormes. É como se uma simples marola, a qual se dá pouca importância, fizesse um barco mal dimensionado naufragar.

VOE – No livro, você fala da importância de se pensar em situações pessimistas. Por quê?
Rangel – É preciso entender bem o que é ser “Pollyanna” [referência ao livro, de mesmo título, da escritora norte-americana Eleanor H.Porter], pessimista e otimista. Ser “Pollyana” é simplesmente achar que sempre tudo vai dar certo e que os problemas não surgirão. Já o pessimista é aquele que só enxerga o problema e não vê solução para nada. Por sua vez, o otimista é a pessoa que vê o problema, mas foca na solução, ou seja, ao mesmo tempo em que vê o problema, ela também vê a solução. Portanto, é possível se pensar em
cenários adversos sem ser pessimista.

VOE – Assim como a liga metálica eletropositiva, capaz de afastar tubarões ao interferir em seu sistema sensorial, é possível criar ou estabelecer uma forma de afastar pessoas prejudiciais ao negócio?
Rangel – Na pescaria, é preciso estar engajado com o propósito da atividade, se comprometendo com a segurança da embarcação e das pessoas, com o nível do combustível, com a rota a ser seguida, com os horários de saída e retorno... Uma forma de afastar pessoas que possam ser prejudiciais ao negócio e definindo claramente os propósitos da empresa, estabelecendo uma visão objetiva e compartilhando ela com os colaboradores. Dessa forma será fácil perceber os que estão engajados na construção de um futuro melhor e os que estão apenas cumprindo tarefas, que são os que podem prejudicar o negócio por fazerem apenas o básico, em vez de ajudarem a fazer o melhor.

VOE – Em que momento deve-se analisar a possibilidade de mudar o local da “pescaria” ou a “isca” que está sendo usada?
Rangel – O momento de mudar é quando algo se esgota. O mercado muda, os clientes ficam mais exigentes, os produtos envelhecem. É preciso estar atento aos sinais de esgotamento. Tem de lembrar também que cada empresa é única e, por isso, cada uma tem de ter sua própria estratégia. Na verdade, essa é a essência do diferencial de uma empresa: saber estabelecer uma estratégia que seja eficaz para que o negócio atinja seus objetivos.

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